segunda-feira, 31 de março de 2014

Ocupação da Maré traz paz, mas comunidade pede mais

Como já era previsto, a ocupação do Complexo da Maré, subúrbio do Rio de Janeiro, ocorreu de maneira relativamente tranquila, visto que se trata de uma área que era dominada por bandidos, principalmente traficantes de drogas. Disse tranquilidade porque a data da ocupação já havia sido divulgada na mídia, o que consequentemente contribuiu para que não houvesse confronto, já que os marginais deixaram a região antes da chegada das tropas.

Aproximadamente 300 policiais estão na ruas do Complexo fazendo patrulhamento. Eles vão ficar por lá até que homens do Exército cheguem para dar continuidade ao processo de pacificação. A instalação das UPPs no Complexo representa teoricamente tirar a região do domínio dos traficantes. Porém, a comunidade parece querer mais do que segurança. Em uma página criada no Facebook, chamada "Maré vive", os moradores clamam por investimentos na saúde, educação, entre outros recursos básicos que possam assim trazer melhorias de fato na vida dos que lá residem.

Governador e secretário de Segurança comemoram ocupação

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, classificou com um “dia histórico” a ocupação do Complexo da Maré. “A Maré é quase uma cidade, se pensarmos que 80% dos municípios brasileiros não têm a quantidade de pessoas que existe lá. Nos últimos 40 anos, aquelas favelas estavam desamparadas pelo poder público e cresciam, cada vez mais, no entorno da Avenida Brasil, das linhas Amarela e Vermelha, do Galeão, do Fundão e com a Fiocruz bem ali em frente. Não podíamos mais tolerar esse domínio do poder paralelo”, concluiu Cabral. Já o secretário estadual de segurança, José Mariano Beltrame, argumentou que o fato deixa um “legado para a cidade”.

Policiais são acusados de se envolverem no tráfico

Na tarde desta segunda-feira (31), cinco policiais militares foram presos acusados de se envolverem com Marcelo Santos das Dores, o Menor P., líder do tráfico em 11 favelas da Maré, que foi preso na quarta-feira passada por policiai federais. Anteriormente, em conjunto com policiais militares, duas operações da PF haviam sido frustradas, porque o bandido conseguiu antecipar a estratégia dos policiais e fugir. Somente quando os federais agiram sem os militares conseguiram, enfim, prender Menor. A partir disso, e de levantamentos iniciais, a PF suspeita que policiais militares receberam propina do traficante para informá-lo sobre as operações.

Maré tem mais de cem mil habitantes

Aproximadamente 122 mil pessoas residem atualmente no Complexo da Maré conforme estimativa do Instituto Pereira Passos. Criado em 1994 pela prefeitura, o bairro vivia uma verdadeira guerra entre traficantes e milicianos.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Caso Cláudia: Mais dois policiais são presos

Nesta quinta-feira (27) mais dois policiais foram presos por suspeita de participação na morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira, de 38 anos, que teve o corpo arrastado por uma viatura pelas ruas do Morro da Congonha em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro.

O 1º tenente Rodrigo Medeiros Boaventura, comandante da guarnição que fez a ação que resultou na morte de Claudia, e o 2º sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, segundo em comando na mesma guarnição, tiveram a prisão decretada pelo juiz Murilo Kieling. Apesar da prisão preventiva (por 30 dias), a Polícia Militar (PM) ainda não se pronunciou sobre o assunto.


Na ocasião do crime, três policiais que estavam na viatura que arrastou Cláudia por aproximadamente 350 foram presos. No entanto, três dias depois eles foram soltos após o Ministério Público aceitar o pedido de liberdade feito pela defesa. Os subtenentes Rodney Miguel Arcanjo e Adir Serrano Machado e o sargento Alex Sandro da Silva Alves permanecem em liberdade.

Pesquisa Ibope gera divergências entre Garotinho e Crivella

A última pesquisa para intenção de votos referentes ao Governo do Rio de Janeiro desagradou o deputado federal Anthony Garotinho (PR), que é um dos fortes candidatos a ocupar o Palácio da Guanabara em 2015. Apesar de aparecer na liderança, o político diz que foi prejudicado pelo modo como o IBOPE usou seu nome na pesquisa. Segundo o mesmo, ele é conhecido apenas como “Garotinho” e colocar o seu primeiro nome, “Anthony”, pode ter confundido os entrevistados e, consequentemente diminuindo o número percentual nas intenções de voto a ele (clique para te acesso a pesquisa).

Desde a divulgação da pesquisa, Garotinho reclama do modo como ela foi feita e até entrou com uma representação no Tribunal Regional Eleitora (TRE) do Rio de Janeiro pedindo que fosse proibida a sua divulgação. Porém, nesta quinta-feira (27) o Tribunal, por meio do desembargador Horácio dos Santos Ribeiro Neto, negou a liminar. Ele argumentou que “isso não é um fator hábil a dificultar sua identificação pelos eleitores e, em consequência, alterar o resultado da pesquisa”. Falou também que Garotinho está inserido há anos no meio político, além de ser um conhecido jornalista.

Garotinho ainda acusa o seu possível adversário nas eleições para o Governo fluminense, o ex-ministro da pesca, Marcelo Crivella, de ter manipulado a pesquisa. A acusação ocorreu após o R7, do grupo Record, divulgar apenas parte dos cenários consultados na pesquisa, onde Crivella leva a melhor.

Divulgação nos blogs


No blog de Crivella a pesquisa foi colocada da seguinte forma: “Na simulação do primeiro turno, Crivella e Anthony Garotinho (PR) lideram com empate técnico, com vantagem para Garotinho, 19 % a 18%. Em seguida aparecem Lindberg Farias (PT), com 13%, Luiz Fernando Pezão (PMDB), 6%, e Alfredo Sirkis (PSB), com 2%. Votos brancos e nulos somam 35% e indecisos, 8%. Nos cenários de segundo turno analisados, Crivella estaria à frente de Garotinho com 28% a 24% das intenções de voto. Contra Lindberg, Crivella venceria por 31% a 20%. Contra Pezão, Crivella teria vantagem de 36% a 13%”.



no blog de Garotinho ele faz uma comparação da pesquisa atual com a de novembro: “IBOPE apontava Crivella com 17, agora ele caiu para 16. Segundo o mesmo IBOPE de novembro passado, Anthony Garotinho tinha 13 e agora subiu para 19. E Lindbergh manteve os mesmos 11 pontos. Pezão que há época tinha 5 agora subiu um ponto e passou para 6. Essa é a realidade se comparadas as pesquisas do IBOPE feitas com os mesmos nomes em datas diferentes. De novembro a março eu subi 6 pontos, Crivella caiu um e Lindbergh ficou igual”.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Grupo relembra morte de mulher arrastada por viatura no Rio


 Há 10 dias a auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, perdeu a sua vida após ser baleada e cruelmente arrastada por uma viatura pelas ruas do subúrbio do Rio de Janeiro. O crime chocou os cariocas, fluminenses, brasileiros e até pessoas do exterior. Nesta quarta-feira (26) dezenas de pessoas realizaram uma passeata pelas ruas do Centro do Rio aclamando pela justiça. 

A concentração se iniciou às 18h no Largo do Machado e por volta de 20h, a marcha seguiu até o Palácio da Guanabara, sob a marcação de surdos e tambores. O objetivo é chamar atenção da sociedade para que a morte de Cláudia não fique impune, além de cobrar da Justiça uma solução para o caso com a condenação dos responsáveis pelo crime. Na página do Facebook os organizadores escreveram que desejam "demonstrar repúdio e revolta frente à violenta política de segurança de Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame, que dá sinal verde para policiais militares matarem moradores de favelas do Rio de Janeiro todos os dias em nome da guerra às drogas e de uma maquiada pacificação”. Na quinta-feira (3), a Polícia Civil irá fazer a reconstituição do crime.

Os três policiais que estavam na viatura que arrastou Cláudia por aproximadamente 350 metros no Morro da Congonha, em Madureira, estão livres após o Ministério Público aceitar o pedido de liberdade feito pela defesa. Os subtenentes Rodney Miguel Arcanjo e Adir Serrano Machado e o sargento Alex Sandro da Silva Alves haviam sido presos no mesmo dia do crime.

Manhã de domingo, 16 de março


Dois vídeos divulgados pelo jornal Extra mostram a auxiliar de serviços gerais sendo arrastada pelas ruas da cidade. Um deles foi gravado por um motorista que seguiu a viatura ao ver a mulher sendo arrastada e o outro são imagens registradas a partir do circuito interno de segurança de um supermercado. O subtenente Adir possui em seu nome 13 homicídios em decorrência de intervenção policial e o subtenente Rodney três registros. O sargento Alex Sandro não possui nenhum registro como autor.

terça-feira, 25 de março de 2014

PT do Rio inicia conversas sobre plano de governo

Lindbergh discursa aos petistas

Com o propósito de ser um governo que possa trazer mais igualdade na distribuição de recursos, a cúpula fluminense do Partido dos Trabalhadores (PT) se reuniu na segunda-feira (24) no Centro do Rio de Janeiro para iniciar uma série de programas com a finalidade de estabelecer um cronograma de governo para a disputa do Palácio da Guanabara. Logicamente, o destaque do evento foi o senador Lindbergh Farias, pré-candidato a governador.

Lindbergh apresentou três frentes que deseja implantar no Rio de Janeiro caso venha a ser governador. Ele acredita que atualmente o Estado possui uma desigualdade social e territorial, para tanto citou um exemplo envolvendo segurança pública. “Para cada 150 moradores da Zona Sul do Rio há um policial, enquanto na região Norte a proporção é de um para 1.500”. Em seguida, o pré-candidato disse que o Rio necessita de mais investimentos na educação e tecnologia, o que segundo o mesmo não estaria ocorrendo por falta de motivação. Ele ainda ressaltou que há uma desigualdade também no acesso a educação.  “A cada 100 alunos de medicina da UFRJ, 90 pertencem a cinco escolas tradicionais do Rio. Isso vai mudar com o sistema de cota implantado pelo Lula e que temos que intensificar em nosso Estado”.

Teatro estava completamente lotado
No final de seu discurso, quando apresentava o terceiro e último tema da reunião, Lindbergh fez críticas ao governador Sérgio Cabral. “Queremos um governo democrático, transparente, capaz e eficiente, enfim, um governo participativo. Ganhar por ganhar (as eleições) não me seduz. Não quero ser como Cabral que não pode andar nas ruas. Vou bater de frente!”, finalizou. A plateia (certamente mais de 300 pessoas, já que este é número máximo de expectadores sentados ) o aplaudindo de pé. 


Quaquá criticou fortemente o PMDB


O presidente estadual do PT, Washington Quaquá, disse que a candidatura de Lindbergh representa a retomada de uma trajetória popular no Rio de Janeiro. Além disso, ele explicou que o Partido dos Trabalhadores vai retomar o programa idealizado por Leonel Brizola e instalar escolas em tempo integral. Assim com fez Lindbergh, Quaquá também criticou o atual governo e seu partido. Ele foi bastante duro em suas palavras. “Nós não vamos ficar refém da bandidagem do PMDB e Eduardo Cunha (deputado federal) da vida”, completou.



 PDT ainda não definiu aliança no Rio


A convite do deputado federal, Carlos Lupi, o suplente de Lindbergh no senado, Olney Botelho, do PDT, também participou do evento. Ele teve a palavra e agradeceu o convite de Luppi, em seguida disse que em nível nacional o partido já definiu que irá apoiar a reeleição de Dilma Roussef, no entanto no Estado, a aliança ainda está em discussão. “Nacionalmente estamos com Dilma. Aqui, ainda estamos em tratativa, mas adianto que temos vontade de participar desta mudança da esquerda no Rio de Janeiro”. Ele ainda levantou a moral de Lindbergh ao dizer que o PT teve o primeiro presidente trabalhador, primeira presidenta mulher e o possivelmente o primeiro governador “cara pintada”.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Não vai ter Copa?

Criado nas redes sociais, o movimento “Não vai ter Copa”, como o próprio nome já diz, é contrário a realização do evento no Brasil. O grupo se prepara para realizar manifestações no dia 27 de março, próxima quinta-feira, com o intuito de defender a causa. A expectativa dos organizadores é que o protesto ocorra em pelo menos sete grandes cidades brasileiras.

No Rio de Janeiro a concentração irá ocorrer a partir das 17h30 em frente à Central do Brasil. Mais de mil pessoas confirmaram via Facebook que vão participar do evento, que deve seguir em caminhada até o Palácio de Duque de Caxias, quartel general do Exército.

 A principal crítica relacionada à realização da Copa do Mundo não é o esporte em si, mas a falta de investimentos dos governos federal, estaduais e municipais, em outros setores considerados básicos para sobrevivência da população, como saúde, educação, infraestrutura, entre outros.

Construção e reforma dos estádios

Os valores gastos para reformas e construção de estádios para a Copa do Mundo aumentou ainda mais a insatisfação do grupo. Arenas erguidas na Amazônia e no Mato Grosso, estados que não possuem clubes nas principais divisões de elite do Brasil, correm o risco de virarem “elefantes brancos”.


á em praças badaladas, como no Rio de Janeiro, a insatisfação ficam para os valores investidos. A reforma do Maracanã, sede da final da Copa, superou R$ 1 bilhão. Além disso, conforme o jornal “Folha de São Paulo”, o estádio registrou um prejuízo de R$ 48,3 milhões no ano passado, quando foi reinaugurado. E mais, a expectativa das empresas que o gerenciam é que lucro só ocorra a partir de 2019.

Governo Federal enviará tropas para conter ataques a UPPs no Rio

Os ataques as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro parece não ter mais fim. Na noite de quinta-feira (20), unidades localizadas no complexo de Manguinhos, no Parque Arará, em Benfica, e do Camarista Méier, no Lins de Vasconcelos, foram vítimas de marginais. Na ocasião, dois policiais ficaram feridos durante o confronto, sendo que, um deles é o comandante da região, capitão Gabriel de Toleado, que tomou um tiro na virilha.

Além dos militares baleados, os marginais ainda ataram fogo em contêineres da UPP e em duas viaturas. O clima é de tensão nas comunidades ainda é bastante tenso nesta sexta-feira (21), onde conforme relato de vários sites (O Globo, Extra e O Dia), o cenário é de destruição, com lixo queimado e fiações derretidas pelas ruas.

Nesta manhã o governador do Estado, Sérgio Cabral, foi até Brasília e se reuniu com a presidente Dilma Roussef para propor um plano de segurança que preserve as UPPs, além de solicitar o apoio das forças federais.  A tarde Cabral e o ministro da Justiça,José Eduardo Cardozo, concederam uma entrevista coletiva e revelaram que a proposta foi aceita. Contudo, alegando motivo de segurança, eles optaram por não divulgar o que consta neste plano e quais passos serão tomados para tentar evitar novos ataques. Também não foi revelado quais tropas federais vão ser destinadas ao Rio de Janeiro.

quinta-feira, 20 de março de 2014

São Paulo deseja captar água de rio que abastece boa parte do Rio

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, solicitou à Presidência da República para fazer a captação no Rio Jaguari, um dos principais afluentes do Paraíba do Sul, que é federal. No entanto, o pedido não foi visto com bons olhos pelos moradores do Rio de Janeiro, já que, boa parte da população é atendida pelo rio.

O Rio Jaguari nasce em São Paulo, passa por Minas Gerais e chega ao Rio. Ele atende atualmente 15 milhões de pessoas, sendo 11 milhões só no Estado Fluminense. A Agência Nacional de Águas ainda não se manifestou sobre o assunto, já que este foi feito na terça-feira (18).

A possibilidade da população do Rio ser prejudicada com a autorização, fez com que o governador se manifestasse nesta quinta-feira (20). Ele em seu perfil no Twitter que não vai permitir que se retire água que abastece o Estado. “Nada que prejudique o abastecimento das residências e empresas do Rio de Janeiro será autorizado”, disse. Apesar disso, ele ressaltou que técnicos do Estado estão analisando a proposta.

O deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio, Antony Garotinho, discursou sobre o assunto no Congresso. Ele se mostrou preocupado com o pedido de São Paulo. “Nós fazemos um apelo para que o governador do Estado interceda junto a Agência Nacional de Águas para que não seja autorizado este abastecimento sem um estudo técnico garantindo que não voltará água no Rio de Janeiro. Não adianta cobrir um pé para descobrir o outro”. Ela ainda deixou um recado para Geraldo Alcjmin. “É preciso que o governador encontre uma solução dentro do seu Estado. O Rio Paraíba do Sul é vital para o abastecimento do Estado do Rio de Janeiro”, concluiu.

O motivo da captação 

O projeto do governo de São Paulo é interligar a Represe de Jaguari, abastecida pelo Paraíba do Sul, com Represa de Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira. Esta última é quem atende a população da Grande São Paulo. Ainda conforme o projeto, quando o Sistema Cantareira estiver com menos de 35% da capacidade total, á água seria bombeada para lá e, quando a capacidade da represa do Rio Paraíba do Sul baixasse, ele receberia água da Cantareira.

Justiça manda libertar policiais que arrastaram mulher

Uma pessoa ser arrastada pelas ruas em plena luz do dia por uma viatura da Polícia Militar é um absurdo, o que dizer então da Justiça conceder liberdade pelos responsáveis confessos do ato? Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro. Na quarta-feira (19), o Ministério Público aceitou o pedido de liberdade dos três policiais que estavam na viatura que arrastou Cláudia Silva Ferreira, de 38 anos, por aproximadamente 350 metros no Morro da Congonha, em Madureira, suburbio do Rio. No entanto, eles ainda dependiam da liberação da Auditoria da Justiça Militar, o que acabou ocorrendo na tarde desta quinta (20) por meio da juíza Ana Paula Pena Barros.

O promotor Paulo Roberto Melo justificou a decisão do MP dizendo que ainda não há elementos suficientes para uma denúncia que possa manter os subtenentes Rodney Miguel Arcanjo e Adir Serrano Machado e o sargento Alex Sandro da Silva Alves presos.

Dois vídeos divulgados pelo jornal Extra mostram a auxiliar de serviços gerais sendo arrastada pelas ruas da cidade. Um deles foi gravado por um motorista que seguiu a viatura ao ver a mulher sendo arrastada e o outro são imagens registradas a partir do circuito interno de segurança de um supermercado.


Tragédia repercute em outros países


O caso ganhou comoção nacional e internacional, principalmente por se tratar do país que vai receber em alguns meses a Copa do Mundo e em dois anos a Olimpíada. A tragédia foi divulgada em países como a China, Reino Unido, Alemanha e Espanha, que através do jornal “El País” estampou o seguinte título na reportagem: “Um “saco” com quatro filhos”.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Nova edição da Marcha da Família será realizada sábado 50 anos depois

Cinquenta anos depois e muita coisa mudou. O Brasil não é o mesmo. O mundo não é o mesmo. A comunicação, interatividade e acesso as informações não são mais as mesmas. Apesar disso, 50 anos depois, algumas pessoas voltaram a acreditar que viver em um regime ditado pelos militares é a forma exata para acabar com a corrupção dos políticos brasileiros e dar um "jeito" no país.

Nesta quinta-feira, o ato da Marcha da Família com Deus pela Liberdade completam exatos 50 anos. Na ocasião, a justificativa dos manifestantes - aproximadamente 200 mil - era protestar contra uma "ameaça comunista" possivelmente encabeçada por então presidente da república João Goulart. No entanto, ela ficou marcada como pontapé inicial para o regime ditatorial no Brasil, que durou cerca de 20 anos, onde a democracia foi deixada de lado e várias pessoas morreram, além de inúmeras torturadas por serem opostas ao governo militar. 

Cinco décadas depois do ato, ocorrido em 19 de março de 1964 em São Paulo, um grupo de pessoas resolveu editar a "Marcha". Segundo os organizadores, o evento irá ocorrer simultaneamente em mais de 200 cidades brasileiras, sendo que a capital paulista e o Rio de Janeiro devem receber mais adeptos. Os argumentos dos líderes do ato, conforme entrevista a Folha (clique para ler a reportagem), não fazem muito nexo e são no mínimo estranhos, afinal estes só podem se manifestarem porque vivemos um regime democrático no Brasil, que foi conquistado somente ao fim do regime militar.

Repúdio a 64

Também no sábado, um grupo de esquerda se organizou e criou a Marcha Antifascista, um repúdio a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. O objetivo é lembrar os atos de 64 que iniciaram a ditadura no Brasil. A princípio, o ato ocorrerá somente em São Paulo, onde os manifestantes irão fazer uma caminhada da Praça da Sé até à antiga sede do DOI-Codi (local onde os militares torturavam os presos políticos).

Há risco das marchas acabar se confrontando, embora isso aparentemente não seja objetivo de ambas as manifestações, tampouco sendo divulgado. Mas, vale a pena ficar de olho.

Já o PSOL irá realizar um ato em frente a Câmara dos vereadores do Rio de Janeiro contra a Ditadura. Este será realizado no próximo dia 31 e também faz parte da lembrança do Golpe de 64.


Professores ganham apoio de garis e entram em estado de greve

Os educadores das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro estão descontentes com ambos os governos. Os motivos são inúmeros, pelo menos foi o que deu para constatar durante assembleia realizada no sábado (15) no Instituto Superior de Educação, na Tijuca. Na ocasião, eles entraram em estado de greve e ganharam apoio de uma categoria que há poucos dias venceu um embate com a prefeitura, os garis.

 Representando os garis e os trabalhadores da APA (Agentes de Preparo de Alimentos), Leonardo – que esteve a frente das negociações com a prefeitura durante a greve dos garis - discursou na assembleia destacando o modo como conseguiram que suas reivindicações fossem atendidas pela prefeitura carioca. Ele ainda divulgou que os garis estão dispostos a apoiar todos os atos dos professores. Além disso, Leonardo revelou que durante reuniões com o prefeito Eduardo Paes, ouviu dele a preocupação sobre a união dos garis e educadores em possíveis atos contra a prefeitura. "Paes nos disse para não nos juntarmos com os professores, mas eu disse a ele que vivemos em um país democrático e vamos apoiar qualquer causa que julgarmos necessário".

Na ocasião os professores discutiram sobre os possíveis não cumprimentos dos acordos feitos na greve de 2013, a mobilização para a paralisação o dia 01 de abril, que será unificada entre as redes do município e do estado, e  a campanha salarial 2014. Uma nova assembleia está marcada para ocorrer no sábado (22) no mesmo local da anterior.

Reivindicações


Os educadores pedem: Vinte por cento de aumento salarial. Quinze por cento entre os níveis no plano de carreira. Fim da polivalência. Jornada de 30 horas para os funcionários. Reconhecimento das merendeiras como cozinheiras. Um terço estra classe. Equiparação do valor da hora-aula do PII ao PI. Autonomia pedagógica, contra a meritocracia. 

terça-feira, 18 de março de 2014

Policiais militares são presos após arrastarem mulher em rua do Rio

Os escândalos envolvendo policiais militares no Rio de Janeiro nos deixam com uma sensação de serem intermináveis. E quando parece que já vimos de tudo, surge um fato para nos surpreender e deixar claro que o limite ainda não foi atingido. Uma pessoa ser arrastada por aproximadamente 350 metros em uma rua de intenso movimento em plena luz do dia é de uma tremenda crueldade.

A auxiliar de serviços gerais, Cláudia Ferreira da Silva, de 38 anos, teria sido atingida por uma bala perdida no domingo (16) no Morro da Congonha em Madureira. Policiais militares teriam a encontrado e colocado-a no porta-malas da viatura, com o suposto propósito de socorrê-la. Porém, o compartimento abriu e a mulher foi arrastada pelo asfalto sem que os militares parassem o veículo. Imagens do jornal Extra mostram Cláudia sendo arrastadas por cerca de 350 metros. (Clique para ver o vídeo).



Apesar dos militares sustentarem que a mulher teria sido vítima de uma “bala perdida”, a filha da vítima, Thaís Lima, concedeu uma entrevista na manhã destaterça-feira (18) ao telejornal Bom dia Rio, da TV Globo, onde argumentou que os militares efetuaram dois tiros contra a sua mãe. Eles teriam a “confundido” com uma pessoa envolvida no tráfico de drogas, que estaria levando um copo com café a traficantes, além de R$ 6 em dinheiro.  "Foi só virar a esquina e ela deu de frente com eles. Eles [os policiais] deram dois tiros nela, um no peito, que atravessou, e o outro, não sei se foi na cabeça ou no pescoço, que falaram. E caiu no chão. Aí falaram [os policiais] que se assustaram com o copo de café que estava na mão dela. Eles estavam achando que ela era bandida, que ela estava dando café para os bandidos", disse Thaís.

Por meio de nota, a PM afirmou que a conduta dos subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo, e do sargento Alex Sandro da Silva Alves, não faz parte das orientações feitas no curso da polícia. E que, quando uma vítima é socorrida a um hospital ela deve ser colocada no banco de trás da viatura, não no porta-malas. Os policiais foram presos em flagrante e serão julgados pela Auditoria de Justiça Militar após a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM).

Secretario de segurança repudia ação de militares
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse por meio de nota que repudia a conduta dos militares. Ele ainda ressaltou que um inquérito Policial Militar foi instaurado e a Polícia Civil também vai investiga o caso.

Protesto e interdição
Na segunda-feira (17), dezenas de moradores e amigos de Cláudia realizaram um protesto em repúdio ao ocorrido. Eles interditaram os dois sentidos da Avenida Ministro Edgard Romero, em Madureira, na Zona Norte do Rio, pro pouco mais de duas horas. Eles atearam fogo em lixeiras e jogaram objetos no meio da pista.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Governo Dilma e setor elétrico são criticados durante seminário do PSB

Críticas ferozes ao modelo de gestão do governo Dilma Roussef, principalmente nos setores energético e de meio-ambiente, foram as principais teclas batidas durante o 2º Seminário Regional Programático, da aliança PSB-REDE-PPS, ocorrido no sábado (15), na capital fluminense. O evento foi realizado com a finalidade de debater o programa de governo do futuro candidato à presidência da república, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, mas ficou marcado pelas críticas ao governo.

Marina foi bastante aclamada pelo público
A ex-ministra, Mariana Silva discursou e disse que apesar de vários colegas presentes na reunião terem sido ministros do governo Lula – inclusive a mesma – o modo de fazer política no Brasil precisa ser mudado. Para isso, falou que “vem trabalhando desde 2010 para que este ciclo chegue ao fim”. E completou que “o governo Dilma é a denúncia mais contundente do fracasso do atual sistema político brasileiro”, concluiu, ainda ressaltando que o governo não corresponde ao interesse brasileiro.


Ao ter a palavra, Eduardo Campos reforçou as críticas de Marina e foi enfático ao colocar que o governo dá as costas para a sociedade durante a distribuição de cargos, que nem sempre é vista na totalidade por todos. “Que debate nós queremos ver no Brasil - o que esconde, o que adia, o que usa o marketing para encobrir o essencial do que é estratégico? Eu tenho absoluta certeza que não é esse”, assegurou Campos.

Eduardo recebeu sugestões de aliados
Eduardo e Marina também criticaram bastante o modo como o atual governo toca os setores energético e de meio-ambiente. “A energia dá sinais de que o setor precisa de atenção. Em três anos a Petrobras teve seu valor reduzido à metade. E isso não deve ser discutido? Desestruturaram completamente o setor do etanol. Quarenta unidades foram fechadas. Em 2010, a Eletrobras valia R$ 32 bilhões, hoje vale R$ 8 bilhões e, pela primeira vez na história, está devendo aos que produzem energia no Norte. Os parques eólicos no Brasil estão prontos, mas não têm linhas de transmissão”, disse Eduardo. Marina Silva é cotada para ser vice na chapa de Eduardo, mas a mesma disse que nada está decidido e que tal confirmação só deverá ocorrer em abril.




Candidatos ao governo fluminense

Na ocasião também era esperado que fosse anunciado o nome do candidato ao Governo do Rio de Janeiro pela coligação. No entanto, este ou até se haverá candidatura própria não foram feitos. Os deputados federais Miro Teixeira (PROS-RJ) e Alfredo Sirkis (PSB-RJ) são cotados para ocupar a candidatura.

Na ocasião, Miro Teixeira discursou e recordou a aliança feita com Lula e também criticou Dilma. “Nós éramos um mesmo governo. Trabalhávamos em conjunto. No atual a governo a chantagem se manifesta, e o governo se curva, fazendo o povo fraco”. Alfredo Sirkis seguiu com as críticas a presidenta e também se incluiu na parceria passada. “No caminho que o PT está segundo, ele pode colocar em cheque as conquistas. É necessário que haja uma rearrumação”, concluiu. Ambos não negaram que podem ser candidatos ao governo do Rio.

Romário não entrou em campo

Uma das ausências mais sentidas durante o Seminário foi a do deputado federal Romário de Souza Faria (PSB). O nome do ex-craque da Seleção Brasileira chegou a ser citado para compor a mesa de destaque, no entanto o parlamentar não apareceu. Na ocasião também não foi revelado por qual motivo ele não compareceu, já que, vem sendo destaque no cenário nacional político por engajar várias causas e principalmente por criticar os gastos para as realizações da Copa do Mundo e Olimpíadas. 

quinta-feira, 13 de março de 2014

Candidatos ao governo do Rio participam de inaugurações envolvendo a pesca

No post anterior eu citei que o senador Lindbergh Farias (PT) e o deputado Anthony Garotinho (PR) haviam falado ontem sobre o mesmo tema, a rede pública de saúde do Rio de Janeiro. Ambos fizeram críticas ao atual governo estadual. Coincidentemente, nesta semana mais dois postulantes ao governo fluminense também trataram de temas semelhantes, mas o tema foi à pesca.

O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) inaugurou um escritório regional da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ) em Piraí. Já o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), entregou cinco máquinas retroescavadeiras que auxiliam na abertura de tanques para o cultivo de pescado em municípios do Norte e Noroeste do Rio.

Conforme Pezão, a nova unidade irá atender pescadores e produtores rurais de 10 municípios do Médio Paraíba. Além disso, o quadro de funcionários aumentou. Agora a FIPERJ passará a operar com 17 frentes avançadas. Já Crivella, disse que a proposta do Ministério é transformar a região em um importante pólo de produção de peixes, com capacidade de atender boa parte do interior do Estado.

Os eventos deixam evidente a preocupação dos dois candidatos em tentar ganhar votos no interior e, principalmente de famílias que vivem da pesca, parte considerável de votos das cidades beneficiadas. Diferentemente do que escrevi no post anterior, neste parece que os candidatos não fizeram críticas a este ou aquele modo de governo, mesmo porque Pezão é da situação e o Crivella o ministro da pesca. 

Candidatos ao governo criticam saúde pública do Rio

Dois dos candidatos ao Governo do Rio de Janeiro fizeram críticas a rede pública de saúde do Estado na quarta-feira (12), especificamente às UPAs. O senador Lindbergh Farias (PT) falou sobre o tema durante uma inserção do partido na televisão. Já o deputado Anthony Garotinho (PR) escreveu em seu blog.


Os dois criticaram a infraestrutura das UPAs e o modelo de implantação destas usado pelo governador Sérgio Cabral. Porém, enquanto Garotinho fez um discurso forte culpando o governador e também o prefeito Eduardo Paes pela “culpa” do serviço não funcionar bem, Lindbergh foi mais brando em sua fala e aparentemente deixou a entender que o governo vem tentando trazer melhorias, mas estaria fazendo isso errado.

“Não se pode jogar fora tudo que já foi feito, mas não sepode continuar fazendo errado”. A postura de Lindbergh talvez pode ser explicada pela aliança que o  PT tinha com o atual governo e também da relação estreita que a presidenta Dilma Roussef possui com o vice-governador e candidato Luiz Fernando Pezão (PMDB). Apesar disso, Lindbergh deixa claro a falta de funcionalidade das UPAs e que não se pode apenas implantar, tem que funcionar. ““Abrir UPAs sem infraestrutura não resolve. É preciso que elas tenham médicos disponíveis todos os dias, equipamentos que funcione e remédios no estoque. É preciso, acima de tudo, oferecer um atendimento eficiente, mais rápido e mais digno ao povo do Rio”, disse no vídeo.

Garotinho mantém o discurso forte e de ataque ao atual governo. No “post” em seu blog ele fala que as unidades de saúde estão abandonadas e que faltam médicos, ausência essa que estaria forçando enfermeiros a tomarem a supervisão, competência que não lhe cabem. No entanto, ainda não sugeriu uma solução. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Copa do Mundo sem confusão na Quinta da Boa Vista

No domingo do dia 16 de junho de 2013 pouco mais de mil pessoas manifestavam aos arredores do Maracanã, onde Itália e México se enfrentavam pela Copa das Confederações. No mesmo instante, dezenas de famílias passavam o dia na Quinta da Boa Vista, um parque municipal. Houve confronto entre policiais e manifestantes, sendo que, estes últimos se refugiaram no parque e foram perseguidos pelos primeiros, que atiraram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, atingindo as pessoas que não participavam do protesto.

A Copa das Confederações é um evento teste para a Copa do Mundo, definição dada pela FIFA. Pelo visto a prefeitura do Rio de Janeiro aprendeu com o “teste” e tomou suas precauções para evitar que pessoas não envolvidas em protestos sejam confundidas com os manifestantes. Nesta quarta-feira (12) o prefeito EduardoPaes decretou feriado para os dias úteis em que houver partidas da Copa.Serviços essenciais com transporte e hospitais funcionam normalmente, assim como bares, restaurantes e afins, no entanto em áreas de lazer há restrições. Um dos locais que estarão impedidos de funcionar – coincidência ou não – é a Quinta da Boa Vista.

Talvez prevendo que novas manifestações – talvez até mais intensas – voltem a ocorrer, o prefeito largou na frente e divulgou tal impedimento. Ele ainda justificou sua ação dizendo que a medida faz parte do chamado “pacote FIFA” e negou que tenha alguma ligação com o incidente ocorrido no ano passado. Mas, pensando bem, não faz bem pra nenhum governo ter pessoas feridas durante as manifestações, tampouco famílias em momento de lazer. E na minha humilde opinião, o mais importante é que a polícia respeite o direito à livre manifestação e que os manifestantes não recorram à violência.

Vila Kennedy recebe UPP sob olhares de desconfiança

A funcionalidade delas era incontestável quando começaram a ser erguidas. Em certo período, a maioria das pessoas viram nelas a solução para a diminuição da criminalidade. Os resultados foram além do esperado. Queda de 65% nos homicídios de 2007 a 2012. Realmente um sucesso. No entanto, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) já não tem toda essa credibilidade frente à população fluminense e mais, várias estão sendo alvos de ataques.

Apesar da aparente queda na confiabilidade, o Governo continua apostando nas UPPs como forma de diminuir a violência no Rio. Prova disso é que mais unidades estão prestes a começar a funcionar. A próxima será na Vila Kennedy, na zona Oeste da capital. Assim como ocorreu em outras oportunidades, confrontos devem ocorrer durante a ocupação. De acordo com a reportagem do G1, barricadas já foram montadas por criminosos para evitar o avanço de policiais. Conforme a mesma reportagem só no ano passado foram pouco mais de 29 mil registros de violência na região, o que ilustra a necessidade de mais segurança.

O descrédito da população em relação às UPPs pode – em parte – ser explicado pelos constantes ataques que estas vêm sofrendo. As sedes do Complexo de São Carlos, no Centro, e de Manguinhos, na zona Norte, foram vítimas de bandidos. Um dos mais intensos ataques ocorreu na Rocinha, na zona Sul. No dia 16 de fevereiro, policiais e criminosos entraram em confronto deixando feridos dos dois lados, sendo que, o comandante das UPPs, Frederico Caldas se machucou ao cair durante o tiroteio e a comandante da unidade da Rocinha, major Priscila Azevedo, também sofreu escoriações. Acusado de coordenar os ataques aquela UPP, Paulo Roberto Santos, de 44 anos, conhecido como "Bradock", foi preso na terça-feira (11).

Apesar do índice elevado de criminalidade e a instalação da 38° UPP, candidatos ao Governo fluminense acreditam que estas unidades não vão resolver o problema da violência e sugerem outras alternativas, como investimentos na educação básica e também em atividades para as crianças, que poderiam fazer com que estas não iniciem no mundo do tráfico. Enfim, resta a população aguardar pelas propostas dos candidatos a governador.

terça-feira, 11 de março de 2014

Garis voltam a trabalhar após Rio ficar debaixo do lixo

A disputa pelo Governo de Rio de Janeiro está tão intensa que até um dos líderes da greve dos garis ficou sob suspeita de ter organizado o movimento com fins eleitorais. Isso ocorreu após uma foto em que Célio Guari aparece ao lado do deputado federal e candidato ao Palácio da Guanabara, Anthony Garotinho (PR), ser publicada em jornais de grande circulação, com repercussão maior em O Globo.

Apesar disso, e da negativa de Célio Viana (filiado ao PR, segundo a reportagem de O Globo) de que Garotinho tenha participação na greve, o prefeito Eduardo Paes cedeu e acatou em parte a reivindicação dos garis, deixando-os satisfeitos com os novos rendimentos. 

O acordo ocorreu após oito dias de paralisação. Paes é aliado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) que apoia seu vice, Pezão, para assumir seu posto no governo. Logo, dar um aumento aos garis em ano eleitoral é deixá-los mais satisfeitos, o que poderia tirar alguns fotos de Garotinho. Portanto, a versão de que os garis foram apoiados por Garotinho é um tanto quanto estranha. Ao mesmo tempo, tornar a cidade imunda justamente num período em que milhares de turistas a visitam, deixaria uma imagem ruim para o prefeito e o governador. O que logicamente poderia atrapalhar a eleição de Pezão. O certo é que nada foi provado e os garis ficaram satisfeitos.

Paes quer criar regras paras as manifestações

Com a justificativa de não prejudicar a população carioca, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, pode anunciar nos próximos dias regras para as manifestações. Na sexta-feira (1°) de carnaval, ocasião em que entregou a chave da cidade para o Rei Momo, ele prometeu estabelecer um regulamento para protestos, que segundo o mesmo visa definir quais locais e áreas serão permitidas as manifestações.

Tal possibilidade aconteceu depois que um grupo de pessoas fechou as pistas sentido Ponte Rio-Niterói e Avenida Brasil da Avenida Francisco Bicalho na manhã da quinta-feira, véspera de carnaval, gerando lentidão no trânsito nas principais vias da capital. Na ocasião, manifestantes ocuparam um antigo prédio da Companhia Docas do Rio de Janeiro.


A partir disso, o prefeitodeseja que sejam criadas tais regras. No entanto, estas manifestações são com intenções bem específicas, bem diferente do que aconteceu nas iniciadas em junho do ano passado, quando nenhum movimento social tomava frente ao movimento. Acho difícil o prefeito conseguir delimitar espaços e regras para as manifestações. Além disso, diria que é preocupante. Pois, caso essas delimitações sejam de fato estabelecidas, logo a polícia terá que fazer com que se cumpra a ordem e para ocorrer um confronto frente aos manifestantes é um “pulo”. Enfim, vamos esperar o que será feito por Eduardo Paes.

As manifestações e os eventos esportivos

Milhares de pessoas nas ruas das principais cidades brasileiras. O motivo? Inúmeros. O sentimento? Aparentemente o mesmo. Todos, pelo menos a maioria, descontentes em relação às políticas públicas dos governantes brasileiros e pedindo – quase aclamando – por melhorias.

O movimento se iniciou em São Paulo quando um grupo liderado pelo Movimento Passe Livre (MPL) se reuniu para protestar contra os aumentos das tarifas de transporte público. Mas, o que nem todos imaginavam, era a onda de manifestações que iriam ocorrer a partir desta. Antes disso, algo parecido só havia ocorrido em 1992, quando milhares de pessoas – os caras pintadas - se mobilizaram em manifestações pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.


Os protestos em São Paulo foram marcados pela violência policial. Vários manifestantes e até policiais ficaram feridos. Por conta disso, vários veículos de imprensa classificaram os atos como vandalismo. No entanto, este rótulo desencadeou uma insatisfação geral na população. Rapidamente, brasileiros de todo o país foram para as ruas por várias causas, como: os gastos públicos, principalmente em grandes eventos esportivos internacionais (Copa do Mundo e Olimpíadas), a má qualidade dos serviços públicos, entre outros.

Em uma das primeiras manifestações, cerca de cem pessoas foram "detidas para averiguação", prática comum em ditaduras, já que não há flagrante, e muitas por portarem vinagre, substância legalmente permitida no Brasil. Tal atitude indignou ainda mais a população, que “bolou” algo maior.

Através das redes sociais, principalmente o Facebook, foi organizado um grande protesto para o dia 17 de junho, uma segunda-feira. Milhares de brasileiros saíram às ruas para protestar em 12 cidades espalhadas pelo Brasil. Só no Rio de Janeiro aproximadamente 100 mil pessoas ocuparam importantes vias da capital, como a avenida Rio Branco.



Em frente à Assembleia Legislativa houve um confronto entre policiais e manifestantes que tentaram invadir o local usando pedras, coquetéis Molotov e rojões contra as forças policiais, que revidaram com gás lacrimogêneobalas de borracha e spray de pimenta. Pelo menos um carro foi queimado, vidraças de lojas e bancos foram quebradas e pilastras do Palácio Tiradentes foram pichadas.

Em meio às manifestações, ocorria a Copa das Confederações. Um evento dito como “teste” para a Copa do Mundo de 2014. Vários protestos ocorreram nos arredores dos estádios em dias de jogos. Muitos destes descontentes com a quantidade de dinheiro público gasto para permitir a realização da Copa. Dois ônibus da FIFA foram apedrejados e incendiados durante a competição.



A Copa do Mundo no Brasil é contestada por parte da população desde que o país foi escolhido para ser sede. Logicamente não é pelo futebol, paixão nacional, mas pelos gastos financeiros que uma competição deste porte acarreta aos cofres públicos. Primeiramente, a justificativa que o evento poderia trazer melhorias para a vida cotidiana de várias capitais – nas áreas de infraestrutura, como transporte - amenizou a contestação da população. No entanto, com a aproximação da Copa quase que nenhuma das obras prometidas saiu do papel. Além disso, os gastos com a construção e reforma dos estádios gerou uma insatisfação ainda mais forte na sociedade.

Evento dito como “teste” para a Copa do Mundo de 2014, a Copa das Confederações aconteceu justamente no período em que as manifestações se tornaram intensas. Como o descontentamento da população com o evento já era forte, vários dos protestos tiveram como foco o evento. E mais, ali havia parte considerável da imprensa mundial, que poderia retratar ao planeta o que estava ocorrendo no Brasil.

Vários protestos ocorreram nos arredores dos estádios em dias de jogos. Muitos destes descontentes com a quantidade de dinheiro público gasto para permitir a realização da Copa. Dois ônibus da FIFA foram apedrejados e incendiados durante a competição.

A possibilidade de estes protestos serem ainda mais intensos durante a Copa neste ano é considerável. Além disso, em 2016 ainda teremos as Olimpíadas. Que apesar de ser sediada apenas em uma cidade, o Rio de Janeiro, com certeza irá envolver a população brasileira.