terça-feira, 5 de julho de 2016

Freixo lança sua pré-candidatura a prefeito do Rio


 Aproximadamente quatro mil pessoas lotaram a quadra do Club Municipal, na Tijuca, na noite de segunda-feira (4) para acompanhar o lançamento da pré-candidatura de Marcelo Freixo (PSOL) a prefeito do Rio de Janeiro. Políticos do partido e do PCB, artistas e líderes de movimentos sociais compareceram ao evento para prestar apoio ao deputado estadual. O discurso de Freixo ficou marcado pelo pedido de democracia em todos os setores da cidade e pelos ataques ao prefeito Eduardo Paes e ao pré-candidato do PMDB a prefeitura, Pedro Paulo.

O presidente estadual do PSOL RJ, Tarcísio Mota, foi quem conduziu o evento. Ele apresentou as mais de 30 pessoas que sentaram ao lado de Freixo durante o lançamento da pré-campanha. Todos os, vereadores, deputados estaduais e federais do PSOL estiveram presentes.

Antes do evento se iniciar, Freixo deu uma coletiva de imprensa e classificou esta eleição como uma das “mais difíceis da história do Rio de Janeiro” e que poderá vencer pela coerência, pois é o único partido que combate o PMDB desde o início, isto é, que nunca se aliou. “Se formos ao segundo turno as chances de vitórias serão enormes por conta do apelo popular e da força de militância do PSOL”. Freixo ainda falou que dificilmente irá fazer uma outra aliança que não seja com o PCB. Questionado sobre a entrevista em que deu a Carta Capital e das críticas que recebeu de Pedro Paulo, que teria dito que sua política era atrasada, Freixo respondeu que “atrasado é quem bate em mulher”. Freixo falou ainda que irá bater muita na tecla da agressão contra as mulheres, pois deseja uma cidade democrática. “Uma cidade em que se bate em mulher e se mata homossexuais não é uma cidade democrática”. Sobre os BRTs que serãoo inaugurados, Freixo respondeu que o ideal é que o corredor fosse feito sobre trilhos. Em seguida enfatizou que o intuito é ter um poder público forte na cidade, mas que pretendem ter diálogo com a iniciativa privada. Por fim, voltou a dizer que a cidade precisa de mais democracia, com mais participação do cidadão e que o carioca sinta que a cidade é mais dele.

Discurso da vice

Pré-candidata a vice na chapa de Freixo, a professora de direito da UFRJ, Luciana Boiteux, fez um breve discurso onde saudou seus alunos e seus colegas professores, dizendo que uma cidade que pensa em educação pública de qualidade precisa tratar melhor seus professores. “A educação é quem vai transformar a cidade”. Ainda de acordo com ela, também é preciso transformar o Rio em uma cidade segura para as mulheres, fazendo com elas tenham voz e que é necessário acabar com a violência. “Moramos em uma cidade onde policiais confundem sacos de pipoca com porções de drogas”, argumentou pedindo um minuto de silêncio pela morte do garoto no Morro do Borel e do universitário da UFRJ possivelmente assassinado por crime de homofobia.

Freixo no palco

Quando finalmente foi chamado para discursar, convidou a moradora da Vila Autódromo, Maria da Penha, até o palco e disse que “a prefeitura do Rio de Janeiro ofereceu a essa mulher R$ 2 milhões para ela. Não de indenização, mas para ficar calada diante das remoções que por lá aconteceriam, mas ela não aceitou”. Depois, saudou os garis, professores, alunos secundaristas e as mulheres. “Estou vendo aqui uma bandeira escrita: mulheres com Freixo. Isso é ótima para um lugar em que um espancador deseja ser prefeito”. Seguindo nos ataques, Freixo falou que Pedro Paulo o acusou de ser defender coisas que não deram certo na política. “Se eu estou errado, essa multidão que está aqui comigo hoje também está. Atrasado é o PMDB, que é machista, sexista, homofóbico, entre outras coisas”, completou.

Freixo disse que o PSOL está fazendo um trabalho de base que a esquerda, outros partidos, esqueceu de fazer. “Fazer uma aliança pra quê? Tem gente demais aqui. A aliança ta feita e deu certo. Vamos ocupar as praças, as ruas e a internet. Não vou fazer aliança para ganhar dois minutos de TV que possam me fazer perder pessoas”. Freixo se mostrou otimista com a possibilidade de vencer a eleição. “É muito possível. A campanha será curta e eles já perceberam que será difícil”.

Debates nas TV


Por fim, Freixo terminou seu discurso falando sobre a sua possível ausência dos debates de TV conforme a lei eleitoral. “Já avisei a todas as emissoras. Caso não me convidem a participar, estarão tirando o direito dos eleitores de assistir. Se isso ocorrer, vamos convidar a todos para irem à porta das emissoras e de lá, irei comentar o debate ao vivo via redes sociais. Se eles acham que podem nos deixar invisíveis, estão enganados”, concluiu.