O
primeiro debate de TV entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro foi
realizado na noite de quinta-feira (25) pela Band. O clima foi quente entre os
concorrentes. Além dos ataques, o debate ainda teve Flávio Bolsonaro (PSC)
saindo mais cedo após passar mal. Houve também troca de ofensas entre o pai de
Flávio, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), e a candidata Jandira Feghalli
(PCdoB). A quilômetros dali estava Marcelo Freixo (PSOL), que não participou do
debate na Band por conta de uma lei eleitoral (já derrubada), mas que realizou
seu próprio debate.
O
debate foi realizado no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon, e além de Flávio e
Jandira, também estiveram presentes os candidatos Pedro Paulo (PMDB), Carlos
Osório (PSDB), Índio da Costa (PSD), Alessandro Molon (REDE) e Marcelo Crivella
(PRB). No primeiro bloco os candidatos escolhiam outro e direcionavam uma
pergunta sobre qualquer assunto. O primeiro a ser sorteado foi Osório, que
perguntou a Pedro Paulo sobre o “caixa” da prefeitura e o que seria feito com o
término da Olimpíada. Pedro Paulo, que é apoiado pelo prefeito Eduardo Paes
(PMDB), respondeu que as financias do município estão equilibradas graças as
parcerias público privadas ocorridas para a realizada da Olimpíada. Depois o
peemedebista falou sobre educação com Crivella, que reconheceu um bom trabalho
de Paes na sua primeira gestão, mas que deixou a deseja na segunda. Ele disse
que é necessário investir “na escola do hoje”, fazendo alusão ao programa “escola
do amanhã” de Paes. Depois foi e vez de Crivella questionar Flávio sobre segurança.
Ele argumentou que é necessário armar a Guarda Municipal. Bolsonaro perguntou a
Índio sua posição sobre o Uber, que respondeu dizendo que irá regularizar o
serviço no Rio. Índio, por sua vez, perguntou a Molon sobre a situação das
financias da prefeitura, o candidato da REDE fez diversas críticas e falou que
a prefeitura pode acabar seguindo o rumo do Estado e ficar em situação difícil
financeiramente. Molon continuou no tema da economia ao perguntar a Jandira, que
disse acreditar que o sistema financeiro do Rio é “oco”, e que se faz
necessário investimentos em saneamento básico. Por fim, Jandira direcionou a
palavra a Osório sobre transporte. O tucano prometeu que caso seja eleito
prefeito irá suspender a atual racionalização de ônibus, estudar todo o caso e
implantar outro modelo.
Bolsonaro passa mal
No
segundo bloco os candidatos responderam perguntas selecionadas via Twitter e
também por vídeo. No entanto, quando chegou à vez de Flávio Bolsonaro
responder, ele acabou se sentindo mal e chegou a falar em “queda de pressão”.
Ele foi amparado por Jandira e Osório. Imediatamente o intermediador do debate
chamou o intervalo. Fora do ar, Jandira, que é médica, tentou ajudar Flávio,
mas o pai dele, Jair Bolsonaro impediu. Os dois acabaram trocando ofensas. Em
seguida, o candidato deixou o debate e foi embora para ser medicado.
Último bloco
No
último bloco o tema abordado foi segurança, conforme pedido dos telespectadores
da Band. Osório questionou a Pedro Paulo se ele trataria o setor da segurança
como um problema de competência apenas estadual. O candidato da posição
respondeu que irá investir na Guarda Municipal, tanto para ela agir sozinha,
quanto em parceria com a Polícia Militar. Depois Pedro Paulo direcionou a
pergunta a Crivella, que prometeu investir na Guarda, mas sem armas. Depois foi
a vez de Molon, que acredita que investimentos na educação, esporte e lazer consequentemente
pode melhorar a questão da segurança. Jandira disse que é necessário enfrentar
a cultura do preconceito. Já Índio afirmou que caso eleito irá criar a
secretaria de segurança municipal. No
final Osório disse que a Guarda Municipal está sucateada e desmotivada, que é
necessário investir nesta categoria, principalmente com equipamentos eletrônicos.
Freixo no debate
Horas
antes de se iniciar o debate da Band, o STF liberou a participação em debates
na TV dos candidatos com menos de 10 parlamentares no Congresso Nacional. No
entanto, como a decisão ainda não havia sido publicada oficialmente, Freixo
acabou seguindo seu planejamento de participar do debate “de longe”. Sua equipe
montou uma ótima estrutura na Cinelândia, com um telão e caixas de som, onde
ele pôde comentar os assuntos discutidos no debate. Entre duas e três mil
pessoas foram até o centro para assistir Freixo, que encerrou sua participação
antes do término do debate na TV por conta do horário de uso da praça.