Funcionários organizam ato no Hospital Rocha Faria |
O
governo estadual do Rio de Janeiro vem enfrentando sérias dificuldades de “caixa”
em 2016. A ausência de recursos financeiros é tanta que o município do Rio está
dando uma “mãozinha” em alguns setores, um deles é a saúde. A administração da capital
está municipalizando a administração de alguns hospitais da rede estadual,
entre estes o Hospital Rocha Faria, que fica em Campo Grande, na Zona Oeste.
Contudo, essa transferência não está sendo simples. A recolocação de
funcionários está desagradando bastante, assim como uma possível administração
feita por OS, modelo que está envolvido em um escândalo de corrupção.
O
prefeito Eduardo Paes designou que o secretário de município, Pedro Paulo,
ficasse responsável por essas transições. Vale lembrar que Pedro é
pré-candidato pelo PMDB a prefeitura do Rio este ano. E ele está encontrando
bastante dificuldade no trato com os funcionários dos hospitais envolvidos,
principalmente do Rocha Faria. São vários os questionamentos e receios dos
trabalhadores deste hospital no que se refere a nova administração:
transferência para outras unidades, equiparação de salários e/ou carga horária
e condições de trabalho.
Desde
o início da transição, os funcionários do Rocha Faria vem fazendo manifestações
com o objetivo de reivindicar direitos. Parlamentares do PSOL, como o deputado
estadual Paulo Ramos e os
vereadores Paulo Pinheiro e Babá, estão participando ativamente na busca de
direitos para os trabalhadores.
Protocolo
Na última terça-feira (19), pouco mais de 20 pessoas estiveram na
Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para acompanhar uma reunião
entre os secretários estadual e municipal da capital, parlamentares e
representantes dos funcionários do Hospital Rocha Faria, que tratou da municipalização
daquela unidade de saúde. O conteúdo do encontro desagradou os servidores do
hospital.
Partes se reuniram na sede da SES no Centro do Rio de Janeiro |
Foi estabelecido que
os secretários vão estabelecer um protocolo que irá nortear o passo a passo da
municipalização, bem como responder aos funcionários várias dúvidas, como
equiparação salarial e de carga horária, assim como as transferências de pessoal.
A presidente da Associação dos Funcionários do Rocha Faria, Clara Fonseca, disse
que o secretário do município é “truculento, mal educado e rude”. E que ele
explicou, da maneira dele, que os funcionários que desejarem ficar no hospital
irão poder, mas com a gestão do município. No entanto, Clara argumentou que
isso ainda não foi colocado de maneira formal, portanto não há nada que
comprove de fato essa “promessa’. Ela disse ainda que estão em “uma guerra”, e
que a categoria recebe menos que um salário mínimo, o menor valor de
profissionais similares em todo o Brasil. Reclamou também que foi remanejada
de seu local de trabalho sem qualquer consulta. Quando receberem o protocolo,
uma nova assembleia entre os funcionários será marcada para discutir o conteúdo
desse.