quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Municipalização do Rocha Faria desagrada funcionários

Funcionários organizam ato no Hospital Rocha Faria 

O governo estadual do Rio de Janeiro vem enfrentando sérias dificuldades de “caixa” em 2016. A ausência de recursos financeiros é tanta que o município do Rio está dando uma “mãozinha” em alguns setores, um deles é a saúde. A administração da capital está municipalizando a administração de alguns hospitais da rede estadual, entre estes o Hospital Rocha Faria, que fica em Campo Grande, na Zona Oeste. Contudo, essa transferência não está sendo simples. A recolocação de funcionários está desagradando bastante, assim como uma possível administração feita por OS, modelo que está envolvido em um escândalo de corrupção.

O prefeito Eduardo Paes designou que o secretário de município, Pedro Paulo, ficasse responsável por essas transições. Vale lembrar que Pedro é pré-candidato pelo PMDB a prefeitura do Rio este ano. E ele está encontrando bastante dificuldade no trato com os funcionários dos hospitais envolvidos, principalmente do Rocha Faria. São vários os questionamentos e receios dos trabalhadores deste hospital no que se refere a nova administração: transferência para outras unidades, equiparação de salários e/ou carga horária e condições de trabalho.

Desde o início da transição, os funcionários do Rocha Faria vem fazendo manifestações com o objetivo de reivindicar direitos. Parlamentares do PSOL, como o deputado estadual Paulo Ramos e os vereadores Paulo Pinheiro e Babá, estão participando ativamente na busca de direitos para os trabalhadores.

Protocolo

Na última terça-feira (19), pouco mais de 20 pessoas estiveram na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para acompanhar uma reunião entre os secretários estadual e municipal da capital, parlamentares e representantes dos funcionários do Hospital Rocha Faria, que tratou da municipalização daquela unidade de saúde. O conteúdo do encontro desagradou os servidores do hospital.
Partes se reuniram na sede da SES no Centro do Rio de Janeiro

Foi estabelecido que os secretários vão estabelecer um protocolo que irá nortear o passo a passo da municipalização, bem como responder aos funcionários várias dúvidas, como equiparação salarial e de carga horária, assim como as transferências de pessoal. A presidente da Associação dos Funcionários do Rocha Faria, Clara Fonseca, disse que o secretário do município é “truculento, mal educado e rude”. E que ele explicou, da maneira dele, que os funcionários que desejarem ficar no hospital irão poder, mas com a gestão do município. No entanto, Clara argumentou que isso ainda não foi colocado de maneira formal, portanto não há nada que comprove de fato essa “promessa’. Ela disse ainda que estão em “uma guerra”, e que a categoria recebe menos que um salário mínimo, o menor valor de profissionais similares em todo o Brasil. Reclamou também que foi remanejada de seu local de trabalho sem qualquer consulta. Quando receberem o protocolo, uma nova assembleia entre os funcionários será marcada para discutir o conteúdo desse.