Em uma
disputa bastante acirrada, Luiz Fernando Pezão (PMDB) foi reeleito governador
do Rio de Janeiro neste domingo (26). Ele derrotou o ministro Marcelo Crivella
(PRB) por pouco mais de 10% de diferença dos votos válidos.
Pezão foi
vice-governador do Rio durante a gestão Sérgio Cabral durante pouco mais de
sete anos, em abril ele assumiu o comando do Estado após Cabral renunciar. Já
na pré=campanha, Pezão e sua equipe notaram que a reeleição seria difícil, já
que seu nome aparecia na quarta posição durante as pesquisas de intenções de
voto. Em sua frente estavam Anthony Garotinho (PR), Lindberg Farias (PT) e
Crivella. Além disso, a rejeição ao governo em que fazia parte também era
bastante alta.
Quando o
período eleitoral se iniciou, Pezão apresentou uma campanha sem ataques aos
concorrentes, com intenção de se mostrar um homem simples, de família,
competente como gestor e bastante experiência. Também divulgou diversas
conquistas de seu governo ao lado de Cabral, que não apareceu ao seu lado na
campanha, a não ser no primeiro programa de TV.
Pezão fez
uma grande aliança com mais 18 partidos, o que lhe rendeu pouco mais de oito
minutos de televisão, lhe proporcionando expor melhor sua campanha do que os
rivais. Para se ter ideia, o seu rival de segundo turno, teve apenas um minuto
de televisão. Com isso, Pezão foi subindo gradativamente nas pesquisas até
alcançar a primeira colocação. Ao que tudo parecia, ele iria enfrentar
Garotinho no segundo turno.
Surpresa
Apesar da
expectativa de todos de um confronto entre Pezão e Garotinho no segundo turno,
Marcelo Crivella conseguiu 40 mil votos a mais que Garotinho e foi para o segundo
turno. Pezão teve o dobro de votos que Crivella neste turno, com mais de 40%
dos votos válidos.
Segundo
turno
Na
maioria dos debates ocorridos no primeiro turno entre os candidatos, Pezão foi
duramente criticado por seus rivais, exceto Crivella que adotou críticas mais
leves. No entanto, quando eles foram para o embate final, as duas campanhas
subiram o tom de ataques. Pezão argumentava que o senador iria governar o
Estado com auxílio de seu tio, o Bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino
de Deus (IURD). Já Crivella quis “colar” Pezão a Cabral, inclusive criou a
expressão “Cabrão”, argumentando que o ex-governador iria voltar ao lado de
Pezão. As ofensas foram tantas que as assessorias chegaram a cancelar debates
de TV para não desgastar as candidaturas.
Outro
fator que norteou o segundo turno foi às pesquisas. Crivella criticou os
principais institutos por terem dado como aparentemente certo a presença de
Garotinho no segundo turno, com isso, fazia ironias a legitimidade dessas. As
alianças também devem ter influenciado na decisão da eleição. Crivella recebeu
apoio de Lindberg e Garotinho, esse último com índices altos de rejeição, que
podem ter sido levados a Crivella. Apesar disso, o apoio de Lindberg e de parte
da militância petista, com certeza renderam votos ao então candidato. Já Pezão,
conseguiu chegar a 21 partidos coligados, “fechou” com vários prefeitos e com o
senador eleito, Romário, que recebeu mais de quatro milhões de votos. O
governador reeleito também se beneficiou da parceria com Dilma e também com
Aécio Neves, no chamado “Aezão”.