domingo, 26 de outubro de 2014

Pezão é reeleito governador do Rio de Janeiro

Em uma disputa bastante acirrada, Luiz Fernando Pezão (PMDB) foi reeleito governador do Rio de Janeiro neste domingo (26). Ele derrotou o ministro Marcelo Crivella (PRB) por pouco mais de 10% de diferença dos votos válidos.

Pezão foi vice-governador do Rio durante a gestão Sérgio Cabral durante pouco mais de sete anos, em abril ele assumiu o comando do Estado após Cabral renunciar. Já na pré=campanha, Pezão e sua equipe notaram que a reeleição seria difícil, já que seu nome aparecia na quarta posição durante as pesquisas de intenções de voto. Em sua frente estavam Anthony Garotinho (PR), Lindberg Farias (PT) e Crivella. Além disso, a rejeição ao governo em que fazia parte também era bastante alta.

Quando o período eleitoral se iniciou, Pezão apresentou uma campanha sem ataques aos concorrentes, com intenção de se mostrar um homem simples, de família, competente como gestor e bastante experiência. Também divulgou diversas conquistas de seu governo ao lado de Cabral, que não apareceu ao seu lado na campanha, a não ser no primeiro programa de TV.

Pezão fez uma grande aliança com mais 18 partidos, o que lhe rendeu pouco mais de oito minutos de televisão, lhe proporcionando expor melhor sua campanha do que os rivais. Para se ter ideia, o seu rival de segundo turno, teve apenas um minuto de televisão. Com isso, Pezão foi subindo gradativamente nas pesquisas até alcançar a primeira colocação. Ao que tudo parecia, ele iria enfrentar Garotinho no segundo turno.

Surpresa

Apesar da expectativa de todos de um confronto entre Pezão e Garotinho no segundo turno, Marcelo Crivella conseguiu 40 mil votos a mais que Garotinho e foi para o segundo turno. Pezão teve o dobro de votos que Crivella neste turno, com mais de 40% dos votos válidos.

Segundo turno

Na maioria dos debates ocorridos no primeiro turno entre os candidatos, Pezão foi duramente criticado por seus rivais, exceto Crivella que adotou críticas mais leves. No entanto, quando eles foram para o embate final, as duas campanhas subiram o tom de ataques. Pezão argumentava que o senador iria governar o Estado com auxílio de seu tio, o Bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Já Crivella quis “colar” Pezão a Cabral, inclusive criou a expressão “Cabrão”, argumentando que o ex-governador iria voltar ao lado de Pezão. As ofensas foram tantas que as assessorias chegaram a cancelar debates de TV para não desgastar as candidaturas.


Outro fator que norteou o segundo turno foi às pesquisas. Crivella criticou os principais institutos por terem dado como aparentemente certo a presença de Garotinho no segundo turno, com isso, fazia ironias a legitimidade dessas. As alianças também devem ter influenciado na decisão da eleição. Crivella recebeu apoio de Lindberg e Garotinho, esse último com índices altos de rejeição, que podem ter sido levados a Crivella. Apesar disso, o apoio de Lindberg e de parte da militância petista, com certeza renderam votos ao então candidato. Já Pezão, conseguiu chegar a 21 partidos coligados, “fechou” com vários prefeitos e com o senador eleito, Romário, que recebeu mais de quatro milhões de votos. O governador reeleito também se beneficiou da parceria com Dilma e também com Aécio Neves, no chamado “Aezão”.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pezão fala de parcerias e visita Cidade de Deus

O governador do Rio de Janeiro e candidato a reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB), anunciou na quinta-feira (9) que será apoiado pelo PTdoB no segundo turno das eleições. Além deste partido, foi revelado que nove dos 10 prefeitos do Partido dos Trabalhadores (PT) que comandam cidades fluminenses também vão entrar na aliança. A exceção fica por conta do prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Wasghinton Quaquá, que irá apoiar Marcelo Crivella (PRB).

Pezão disse na ocasião que 90% dos parlamentares do PTdoB estão com ele, e que ainda negocia com o PDT e o Pros. Além disso, declarou que uma aliança com o senador eleito, Romário, só depende da vontade do ex-atleta. Sobre o PT, dos seis deputados eleitos, cinco estão com o peemedebista.


Na manhã desta sexta-feira (10), Pezão esteve na Cidade de Deus, na Zona Oeste, onde conversou com moradores e comerciantes. O candidato a reeleição falou que “está no caminho certo, mas que é necessário reforçar os investimentos na paz, entrar com mais serviços sociais, creches, escolas com horário integral e cursos profissionalizantes. Avançamos muito, mas sei que ainda há muito para ser feito. Nossos pezinhos (ao falar sobre as crianças) precisam e merecem a garantia de um futuro cada vez melhor!”, disse.

Parceria entre Estado e Prefeitura

Acompanhado do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o candidato argumentou que é necessário aproveitar a parceria entre estado e prefeitura. “Nós vamos continuar a entrar com os serviços sociais, em parceria com o prefeito Eduardo Paes. A gente assumiu o compromisso de entrar com creches, escola de ensino fundamental, escola de ensino médio com tempo integral, cursos profissionalizantes. Entrar com as políticas públicas em todos os territórios, mas, principalmente, nesses que ficaram muito tempo conflagrados. Assumo o compromisso de reforçar os investimentos na paz, mas entrar com mais serviços também. É o que eu venho assumindo em cada comunidade pacificada”

Crivella vai a Meriti agradecer votos e pedir por Dilma

Crivella pousou para fotos com os militantes do PT
Marcello Crivella (PRB) visitou São João do Meriti, na Baixada Fluminense, no início da tarde desta sexta-feira (10). O município, ao lado de Macaé, foram os dois em que o candidato obteve a liderança dos votos no primeiro turno, sendo 30% em Meriti e 28% em Macaé. Lá, ele andou pela praça da Igreja Matriz e seu entorno, além de prometer levar água para toda a região. Pediu também votos para Dilma e criticou a atual gestão estadual.

Crivella cumprimentou comerciantes e pedestres que passavam pela praça, e também nas lojas em volta. Além dos militantes de seu partido, havia também petistas, com bandeiras do PT e da presidenta Dilma Roussef. Crivella disse que deseja resolver o problema de falta de abastecimento de água na Baixada Fluminense. “Saúde começa com água tratada, por isso digo que irei trazer água para todos os moradores da Baixada”. Depois prometeu que irá cuidar dessa área pessoalmente e que deseja fazer consórcios intermunicipais. “Existe recursos, até bons médicos, mas falta gestão. Um erro de estratégia pode desperdiçar milhões. Falta um grande maestro”. Questionado sobre as OSs, argumentou que devem ser usadas em casos extremos. “Há um grande orçamento para as OSs e a rotatividade de enfermeiros e médicos é imensa. É necessária uma mudança”, analisou. 

No discurso na praça, Crivella disse que irá levar saúde, educação, saneamento básico e emprego, sobretudo aos jovens, que de acordo com ele “estão formando e precisam trabalhar, para então ajudar a construir o Rio de Janeiro do sonho de todos”. Depois pediu a população que o ajudasse a derrotar Pezão. “Quero que me ajudem a vencer Pezão, aliás, Cabral ou seria Cabrão? É tudo a mesma coisa. Na verdade eu nem sei o que é. Pessoas que não respeitaram a população fluminense, que é humilde, trabalhadora e honesta”.

Pezão

Crivella disse que acredita que Pezão está tendo fazer uma "guerra religiosa" para tentar reverter "uma curva de queda.Pezão está quebrado, em queda, ele está desesperado. Aquele bom moço, aquela figura pitoresca lá de Piraí, que nós todos admiramos, agora está mostrando as garras. Certamente é Cabral que está dizendo para ele mudar o tom e atacar". 

Dilma

Ainda discursando, Crivella pediu votos para a presidenta Dilma Roussef, dizendo que ela possui as características da honradez da mulher brasileira, com “bondade, ternura e amor”. “Temos de trabalhar muito porque de acordo com as pesquisas o quadro é preocupante. Uma derrota de Dilma significaria um retrocesso neoliberal, será uma tragédia para o Brasil. Crivella disse que na segunda-feira irá acertar uma agenda com a presença da presidenta ao seu lado no Rio.

Agradecimentos a cidade

Em seguida agradeceu a votação que recebeu em Meriti. “Quero dizer obrigado pelos votos. Quando vencermos as eleições espero voltar em Meriti para fazer pela cidade o que ela fez pelo candidato Crivella”. 

Garotinho oficializa apoio a Crivella

Lado a lado, Garotinho e Crivella entre as respectivas esposas
Não tão empolgado como de praxe, logicamente pela derrota inesperada, o deputado federal Anthony Garotinho formalizou oficialmente o seu apoio e do Partido Republicano (PR) ao senador Marcelo Crivella (PRB) para a disputa do segundo turno das eleições para o governo do Rio de Janeiro. Garotinho disse que deseja apenas um coisa de Crivella, que ele vença Pezão. O candidato argumentou que irá fazer com muito bom gosto, e confortou o aliado explicando que a sua derrota faz parte de situações que costumam ocorrer ao longo da trajetória de vários políticos populares e que se tornará ainda mais forte.

O evento, ocorrido na Tijuca, teve o auditório completamente lotado de militantes dos dois partido. Garotinho e Crivella chegaram juntos ao salão. Na mesa, se sentaram ao lado das respectivas esposas, além de vários integrantes de ambos os partidos e também de apoiadores. Entre estes, os prefeitos de Araruama e São Gonçalo, assim como Clarissa Garotinho e o presidente estadual do PT do B, Vinicius Cordeiro.

Garotinho agradeceu a confiança de quem votou nele e nos deputados. Depois disse acreditar que Deus tem sempre um propósito, mas "as vezes é difícil aceitar certas coisas". Em seguida comparou a sua derrota com a de Leonel Brizolla que disputou as eleições para presidente em 1989. "Eu e minha família fizemos uma campanha forte para que Brizolla fosse eleito, no entanto, por uma diferença mínima de votos, Lula foi para o segundo turno com Collor. Na época Brizolla me disse que acima de nos está o povo. E eu aprendi isso, foi o que ocorreu agora no Rio. Depois confessou que deixa essa eleição bastante triste, principalmente por não ter tido recursos materiais e estrutura, como falta de combustível, placas, papéis, tempo de TV, e a traição de algumas pessoas. 


O ex-governador fez questão de ressaltar que não possui nenhum acordo com Crivella para assumir qualquer cargo no governo caso o senador seja eleito. Depois falou que o PMDB conseguiu por meio de seu marketing "mentir na televisão e criar o personagem Pezão. Cujo projeto é continuar saqueando os cofres públicos do Rio de Janeiro. É que todos são bandidos pertencentes a uma quadrilha que não tem amor pelo povo" concluiu. Crivella não demostrou reação alguma a estes ataques.

Crivella

Crivella iniciou sua fala elogiando a militância pró Garotinho, depois disse que este sempre foi um político que faz justiça social, e que isso desagrada várias pessoas poderosas, o que causa rejeição. "Eu queria dizer que essa rejeição é grande, enorme, e que vem de setores reacionários toda vez que aparece alguém que promete a diminuição das desigualdades sociais". Depois disse que já viveu isso e que se supera com o tempo. "Enxugue essas lágrimas, porque o líder político que faz pro povo passa por essas situações, por revés eleitorais. Dom Pedro II passou, Washington Luis, Presidente Vargas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Depois de Garotinho, Lindberg também fecha com Crivella

Lindberg Farias (PT) irá apoiar Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno das eleições para governador do Rio de Janeiro. A parceria foi concretizada na tarde desta quarta-feira (8) na Associação Comercial do Rio, no Centro. Assim como o petista, outro derrotado no primeiro turno, o deputado federal Anthony Garotinho (PR), já havia se comprometido oficialmente a se aliar a Crivella. Com isso, três dos principais concorrentes ao governo estadual se juntam para vencer o candidato a reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Crivella disse que antes mesmo dele e Lindberg se candidatarem ao governo, já haviam conversado sobre uma possível parceria, mas que optaram por seguirem candidaturas próprias e que caso algum precisasse do apoio futuramente, estariam comprometidos um com o outro, promessa que acabou sendo cumprida. O petista irá ceder seu plano de governo na área da educação para Crivella, onde teve como ponto forte a criação do “Cieps do século XXI. O republicano elogiou a postura do petista em romper com o PMDB. “Lindberg enfrentou o período mais duro de sua carreira política, quando o PMDB tentou impor a candidatura de Pezão goela à baixo de todos, querendo que todos se curvassem e beijassem a mão deles”, argumentou. Alguns membro do PT, como o prefeito de Niterói, Rodrigo Mendes, irão apoiar Pezão no segundo turno.

Já Lindberg explicou a derrota dizendo que muitas pessoas ficaram entre a candidatura dele e de Crivella, principalmente pelo sentimento de não deixar Garotinho e Pezão irem ao segundo turno. “Vou com tudo para ajudar no segundo turno, já quero saber o que terá de agenda neste fim de semana. O PMDB não tem como mais melhorar em nada a vida das pessoas que do Rio, Crivella tem condições de mudar esse rumo. Essa aliança será um sucesso”. Questionado sobre estar lado a lado no mesmo palanque com Garotinho, Lindberg falou que vai subir no palanque de Crivella, por isso não vê problema algum. O petista sempre foi crítico a política de Garotinho e disse que um segundo turno entre ele e Pezão seria um "desastre" para o Rio.

Presidente do PT fala de traição no partido

O prefeito de Maricá e presidente do PT estadual, Washington Quaquá, rasgou elogios a Lindber e disse que ele teve um papel fundamental para que o PT estadual saísse da área de influencia do PMDB. “Infelizmente tivenis que cumprir papéis nacionais durante os últimos anos, forçados a uma aliança com o PMDB. Mesmo assim, ainda temos problemas de rescaldo dessa aliança nessas eleições. Alguns dos nossos filiados nos traíram durante toda a campanha, mas agora não vão conseguir mais votos para o outro lado.


Sobre Crivella, Quaquá falou que quem está ao lado do povo é de esquerda, por isso está ao lado do republicano. “O PT não está com vergonha de Crivella. Ele é um cara integro. A grande palavra que vai ganhar essa eleição é: chega! O Rio de Janeiro não aguenta mais Picciani, Eduardo Cunha e toda a quadrilha do PMDB”.

Garotinho fecha com Crivella para 2° turno no Rio

Marcelo Crivella (PRB) terá o apoio de Anthony Garotinho (PR) para o segundo turno das eleições no Rio de Janeiro. O acordo foi sacramentado na manhã de terça-feira na casa de Garotinho em Campos, no Norte do Estado. Lindberg Farias (PT) também vai apoiar Crivella, algo que será oficializado nesta quarta-feira (8). Luiz Fernando Pezão (PMDB) ainda não anunciou novos apoios, mas revelou que "surpresas" estão por vir.

"Só fiz um pedido a ele, para livrar o Rio desse grupo que fez tanto mal ao estado, que trouxe o Estado à falência financeira e moral. A nossa diferença foi muito pequena, 42 mil votos. Fizemos um estudo rápido, nossos votos são muito complementares, acho que podemos somar bem. Agora somos 10", declarou Garotinho ao selar o apoio a Crivella. Após oficializarem a parceira, o candidato a governador do Rio andou por alguns minutos no bairro de Garotinho e pediu votos aos moradores.

Há rumores de alguns colunistas da imprensa que Pezão teria pedido apoio a Lindberg, que negou justificando estratégia do partido. Apesar disso, alguns membros do PT estadual, como o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, deve apoiar o atual governador. A "surpresa" que Pezão pode anunciar nos próximos dias pode ser o senador eleito Romário (PSB), que declarou publicamente insatisfação com seu partido e aparentemente deve disputar a prefeitura do Rio em 2016. O "Baixinho" foi eleito senador com mais votos que Pezão, o que significaria uma importante aliança para o candidato a reeleição.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Crivella e Pezão vão para o segundo turno no Rio

Candidatos duelam no 2° turno. Reprodução/GloboNews
Marcelo Crivella (PRB) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) vão disputar o segundo turno das eleições para governador do Rio de Janeiro. Anthony Garotinho (PR) que de acordo com os institutos de pesquisa liderou boa parte da campanha, acabou ficando de fora do embate. Tarcísio Motta (PSOL) teve votos expressivos e quase superou o quarto colocado, Lindberg Farias (PT).

O atual governador Pezão ficou com 40,57% dos votos válidos, e seu rival no segundo turno, o senador Crivella, alcançou 20,26%. O peemedebista teve pouco mais que o dobro do republicano, ele recebeu o voto de 3.242.513 contra 1.619.165. Garotinho, obteve 1.576.511 votos, e ficou de fora. Algo que os institutos de pesquisa alertavam para essa possibilidade, já que consideravam um empate técnico entre Crivella e Garotinho.

O professor Tarcísio foi a grande surpresa da votação ao obter 8,92% dos votos, sendo que durante a campanha as pesquisas jamais indicaram uma porcentagem a ele superior a 3%. Ele teve 712.734 votos. Já Lindberg foi a decepção. Se no início da campanha a expectativa - até mesmo do candidato - era de chegar ao menos no segundo turno, essa possibilidade não foi concretizada. O petista ficou bem distante de seus concorrentes e quase perdeu a quarta colocação para Tarcísio, ao obter 798.897 votos, isto é 10%.

Crivella

Enfatizando o discurso de humildade que marcou sua campanha no primeiro turno, Crivella falou que os eleitores não devem se influenciarem por pesquisas. "Nossa campanha modesta contribuiu para chegamos ao segundo turno. Eu sempre disse à minha equipe que pesquisas não decidem eleições. Foi uma catástrofe as pesquisas no Brasil inteiro. Faço um apelo para que no segundo turno votem com consciência sem olhar pesquisa", concluiu.

Pezão

Em entrevista logo após o término da apuração, o candidato a reeleição agradeceu os votos e disse que agora vai "apanhar só de um candidato". Revelou ainda que sua estratégia daqui pra frente é focar no corpo a corpo.