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A Folha fez um resumo do governo de Sérgio Cabral |
Sérgio Cabral
(PMDB) entregou nesta quinta-feira (3) o cargo de governador do Rio de Janeiro.
Foram quase oito anos de gestão, parte dela um sucesso, outra quase um fracasso
frente à opinião pública. O seu sucessor é o vice Luiz Fernando Pezão (PMDB),
que irá assumir na sexta-feira (4). Pré-candidato ao governo estadual, ele terá
alguns meses para tentar reverter o quadro atual herdado de Cabral e se
reeleger. Conforme o Ibope, apenas 18% dos cidadãos do Estado do Rio aprova o
atual governo.
O governo
Cabral foi marcado pelas instalações das Unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs), principalmente da pacificação do Complexo do Alemão, e por obras de
infraestrutura, como a ampliação do metrô. Porém, sua gestão foi prejudicada
por escândalos pessoais, como uso de helicóptero para transportar seu cão, e o desaparecimento
do pedreiro Amarildo de Souza, que ganhou forte apelo popular. A expectativa é
que Cabral tente uma vaga no senado, mas nada foi confirmado por ele ainda.
Durante toda
esta tarde Cabral foi aguardado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
(ALERJ) para ler a sua carta de renúncia, no entanto acabou não aparecendo. A
carta foi lida pelo presidente da casa,
o deputado Paulo Melo (PMDB). No documento, de uma página, Cabral explicou que deixa o Palácio
Guanabara para disputar as eleições de outubro, conforme previsto na
Constituição Federal.
Manifestações e Cabral
A certeza de
que a popularidade de Cabral havia sido abalada pode ser percebida durante as
manifestações de junho de 2013. Quase que em todos os atos, ele e o prefeito do
Rio, Eduardo Paes, eram alvos de críticas. A frente da casa do governador, na
Zona Sul da capital, chegou a virar acampamento de um grupo, que pedia a sua
saída do Palácio da Guanabara. Os manifestantes deixaram o local após
confrontos com a polícia e também por um apelo de Cabral, que pediu que eles
fossem embora “não como um pedido de um governador, mas como o de um pai”.
Pezão assume e quer vencer em outubro
Pezão assume
o governo de olho nas eleições de outubro. Atualmente, o nome dele aparece na
quarta ou até na quinta colocação nas pesquisas de intenções de voto. Seus
principais concorrentes são Anthony Garotinho (PR), Marcelo Crivela (PRB) e
Lindbergh Farias (PT). No então, isso parece que não vai abalar a sua pretensão
de permanecer como governador. Prefeito duas vezes de Piraí, Pezão se projetou
no cenário político nacional após criar o projeto Piraí Digital, que
democratizou a internet no município e que ganhou repercussão internacional e, até
uma chancela da Unesco. Além de vice-governador, Pezão foi secretário de Obras.
Leia a íntegra da carta de renúncia de
Cabral
Excelentíssimo senhor
presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
Com fundamento no art. 99, VI, da constituição do Estado do Rio
de Janeiro, e tendo em vista o disposto no parágrafo 6º, do art. 14, da
Constituição Federal, venho manifestar a minha Renúncia ao cargo de Governador
do Estado do Rio de Janeiro, para o qual fui reeleito e no qual tomei posse no
dia 01 de janeiro de 2011.
Rio de Janeiro, 03 de abril de 2014
Sérgio
Cabral